Esta resenha foi escrita dias antes do lançamento do Mac mini 2011, infelizmente. Ainda assim, esse pequeno tem algo que seu irmão mais novo não possui: o drive para CD e DVD. Se você ainda precisa do leitor ótico e não quer ficar comprando periféricos, saiba que o Mac mini 2010 ainda dá pro gasto e é pau para toda obra.
Antes de mais nada, cabe aqui explicar o que é o Mac mini. Muita gente se impressiona quando vê a caixinha do lado do monitor e pergunta “só isso é o computador todo?”. O Mac mini é um computador Apple feito principalmente para quem nunca teve um computador da maçã. Ele é um modelo econômico, vendido justamente para que o usuário de PC possa comprar e sair usando tudo o que já tem, como monitor, mouse e teclado, já que dentro da caixa só vem ele, a CPU.
Ele é muito compacto, e realmente “todo o computador” está dentro dessa pequena caixa prateada, inclusive fonte, disco rígido e leitor de CD. E mesmo sendo só isso, ele é completo. Fora o que já citamos, que o usuário de PC já tem, não há nada que já não esteja nele. Caso você queira turbinar o mac mini, já pode comprá-lo no site da Apple com mais memória, mais HD e até mais processamento.
Design
A primeira versão do Mac mini lembrava uma caixinha de marmita, com a tampa branca e as laterais prateadas. Essa nova versão é toda prateada, mais achatada, parecendo apenas um bonito gravador de CDs e DVDs. Envolto em alumínio fosco, ele tem cantos arredondados mas arestas bem precisas. Em cima fica a maçã preta e brilhante e, embaixo, a tampa. Na frente há o pequeno corte para a entrada de mídia e um LED que indica se o mac está ligado ou em repouso. Atrás ficam todas as conexões e o botão de energia, que pode dificultar um pouco a vida às vezes.
Na versão anterior a parte de baixo era emborrachada, mas essa tem apenas um plástico preto, que escorrega muito na mesa. Da mesma maneira, abrir a versão anterior do Mac miniera um trabalho para poucos que exigia sangue frio, duas espátulas e sorte. O Mac mini 2010é facílimo de abrir, bastando uma pequena girada na tampa preta que fica na parte de baixo.
Tirando essa tampa você tem acesso à única coisa que a fabricante aconselha melhorar, a memória. Para acessar o restante – como HD e leitor de mídia – são outros quinhentos, não dá nem para imaginar como fazer isso sem a ajuda de uma assistência técnica. Típico da Apple.
A fonte, que na versão branquinha era separada da máquina, localizada no cabo de energia, agora fica dentro do Mac. Isso o deixou mais pesado, porém mais portátil. Se você não se preocupar com o HD, pode facilmente colocá-lo na mochila e carregá-lo por aí.
Seu tamanho é impressionante: 3,6 x 19,7 x 19,7 cm, pesando apenas 1,37 kg. É muito difícil idealizar que todo um computador caiba dentro disso, ainda mais para quem está acostumado a grandes torres pretas ou beges.
Conexões
A Apple é bem muquirana nesse quesito. Buscando levantar e derrubar modas e padrões, coloca e tira conexões como bem entende. Suas entradas ficam todas elegantemente escondidas na traseira. Lá temos o botão de energia, a entrada para o cabo de energia, Ethernet, FireWire 800 – muito utilizada em HDs mis velozes e câmeras de vídeo –, HDMI, Mini DisplayPort, quatro USB 2.0, slot para cartões SD, entrada de áudio digital óptico e uma entrada para fones. Não há entrada para microfones normais, uma pena.
A Mini DisplayPort é a conexão dos monitores, pouco popular no mercado, exigindo a compra de adaptadores para VGA e DVI. Se quiser, pode utilizar um monitor DVI com o adaptador HDMI-DVI incluso, mas os outros adaptadores custam em média R$ 100 cada. A conexão HDMI também permite que se conecte o Mac mini direto na TV.
Ele é completo nas conexões sem fio. Possui Wi-Fi integrado com especificação 802.11n e compatível com IEEE 802.11a/b/g. Também há o Bluetooth 2.1 + EDR, que funciona tanto para transmissão de arquivos como com mouses, teclados e outros acessórios sem fio. Praticamente qualquer dispositivo que você conectar via USB, cabo de áudio ou tecnologia sem-fio Bluetooth, funcionará no Mac pois ele vem com milhares de drivers de dispositivos.
Processamento
Para o tamanho que tem, o Mac mini engana. Nem parece que dentro dele há um processador Intel Core 2 Duo de 2,4 GHz (há também a possibilidade de obter um de 2,66 GHz) rodando. O modelo básico vem com apenas 2 GB de memória RAM, mas você pode fazer um upgrade na hora da compra ou trocar você mesmo – é extremamente fácil –, colocando até 8 GB nele. Aí sim.
Ele possui também processadores gráficos NVIDIA GeForce 320M – o mesmo que o MacBook – e 3 MB de cache L2 compartilhados. O HD padrão é de 320GB, mas você já pode escolher na hora da compra um de 500GB.
Essa configurações levam a uma conclusão: ele é potente, mas não extremamente potente. Seu processador é parrudo – mesmo não sendo os novos da série i da Intel –, mas sua placa de vídeo é compartilhada.
O mini aguenta bem alguns jogos relativamente pesados como Doom 3, Call of Duty 4 e Quake 4. Da mesma forma, ele trabalha bem com edição de vídeo simples. Usamos o software iMovie da Apple e notamos uma melhoria na velocidade de edição da última versão para essa. Softwares de design funcionam perfeitamente bem.
Depois de muito ser azucrinada pelo Greenpeace, a Apple trabalhou para transformar suas máquinas em objetos “eco-friendly” e a versão 2010 gasta até 25% menos energia do que seu antecessor. Ele também não tem PVC, BFR ou chumbo, seu gabinete é reciclável e seu funcionamento atende aos requisitos do ENERGY STAR 5.0. Chique e ecológico.
Dá sim, apesar de ser sacrilégio. Brincadeiras à parte, é totalmente possível instalar qualquer versão do Windows 7 – inclusive a Ultimate – e até de outras séries da Microsoft como Vista e XP. Se quiser colocar Linux, sem problemas também.
Sem borracha ou fixação, o Mac mini escorrega pela mesa (Foto: Stella Dauer)
É possível inclusive manter os dois sistemas nele, seja particionando o HD em dois e instalando um sistema através do Boot Camp ou virtualizando o Windows por programas como VMware ou Parallels.
Softwares e mídia
Outro forte do Mac mini são as mídias e entretenimento. Graças à conexão HDMI e ao seu tamanho, é fácil levá-lo para a sala, plugá-lo em sua TV de alta definição e assistir filmes e seriados direto do bichinho. Ele se torna um media center, ainda mais se utilizado junto ao controle remoto – vendido separadamente – e o aplicativo Front Row, especial para navegação de arquivos de mídia.
O som melhorou bastante de uma versão para outra, mas ainda assim o mini não empolga no áudio. Suas caixinhas são pequenas e não possuem saída própria, utilizando o próprio gabinete para aumentar a reverberação. Já é até possível escutar músicas sem o fone de ouvido, mas não de forma muito confortável.
De fábrica ele já vem lotado de aplicativos úteis. Seu sistema é o Snow Leopard 10.6.4, pouco antes do 10.6.8, última atualização antes do novo sistema 10.7 Lion. Além disso, ele vem com o pacote iLife, uma suíte de aplicativos perfeita para o usuário doméstico, que inclui iPhoto para gerenciar fotos, iMovie para fazer vídeos caseiros, GarageBand para se aventurar na composição de músicas e o iWeb, que ajuda a montar um belo site em minutos.
Ele também vem com outros programas como iTunes, Time Machine – para becape –, Spaces, Spotlight, Dashboard, Mail, iChat, Safari, Agenda, QuickTime, iCal, Reprodutor de DVD, Photo Booth, Front Row e outros. Todos legais.
Ficha Técnica
Sistema operacional | Snow Leopard 10.6.4 |
Processador | Intel Core 2 Duo de 2,4 GHz, ou até um de 2,66 GHz |
Memória RAM | 2 GB, expansível até 8 GB |
Vídeo | Compatilhada |
Mídia ótica | CD e DVD, leitura e gravação |
Armazenamento | 320GB ou 500 GB |
Dimensões | 3,6 x 19,7 x 19,7 cm |
Peso | 1,37 kg |