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"Apps" africanas, conheça dois casos de sucesso


Esta semana, a rede de notícias alemã, Deutshe Welle (DW), apresentou dois exemplos de aplicações africanas que podem tornar a vida mais fácil e mais segura. A primeira foi desenvolvida no Uganda, a segunda, que vem do Gana, já salvou vidas.

A primeira aplicação destacada pela DW vem do Uganda. Esta aplicação foi criada por dois jovens estudantes de Tecnologias da Informação e indica aos motoristas quais as estações de serviço mais baratas em Kampala, capital do Uganda.

Segundo a DW, os casos de roubo armado têm aumentado na capital do Gana, Accra. Para proteger a população de ataques, o programador Herman Hesse Chinery, desenvolveu um sistema de alerta de emergência. De acordo com o mesmo, basta ter um telefone móvel de onde se possam enviar SMS. O sistema chama-se "Hei Julor" ou "Hei Ladrão" em português.


"Hei Julor" é um sistema de segurança via telefone móvel. Caso a habitação de um cliente ou a sua empresa sejam atacadas, basta enviar uma mensagem de texto em branco para que o sistema funcione. Esta mensagem desencadeia de imediato a deslocação de uma equipa de resgate de uma empresa de segurança privada.

Em simultâneo, 10 amigos ou vizinhos receberão uma mensagem. A ideia para o serviço "Hei Julor" surgiu em plena Primavera Árabe e quando ocorriam tumultos na Grã-Bretanha. Em ambos os casos, a tecnologia de telefonia móvel – por exemplo de mensagens do BlackBerry – foi usada para coordenar as actividades.

Chinery Hesse, que tem sido referido como "o pai da tecnologia em África" ou até em referência ao fundador da empresa americana Microsoft como o "Bill Gates africano", conta como ele e os seus colegas se lembraram de criar a "Hei Julor". "Nós estamos a ter inúmeros casos de assalto à mão armada no nosso país, se eles [egipcíos] conseguem coordenar milhares de pessoas e faze-las aparecer assim de repente, isso está em linha com a nossa cultura, e na nossa cultura nós somos guardiões dos nossos vizinhos. Se o seu vizinho está a ser atacado no mínimo gritaria "Julor ei julor", o que iria fazer fugir o ladrão".

Não demorou muito até que Chinery Hesse e os seus colegas na empresa de software "Softribe" colocassem essas ideias em prática. "Nós sentámo-nos no escritório, chamámos todos para uma reunião, e dissemos:vamos pensar no que seria necessário para ter um produto barato, que todos possam pagar, mas que permita proteger o Gana, para que este não se torne num Estado pária cheio de crime".

Adesão ao serviço é simples

Para se inscrever no serviço, só precisa de um cartão onde se raspa um número de código. O serviço é activado assim que se envia uma mensagem com o código para a empresa. Chinery Hesse refere que o programa foi propositadamente concebido para ricos e pobres. Clientes ricos podem pagar por um ano de imediato, e obter um mês de serviço gratuito. Aqueles com menos dinheiro pagam 10 cedis, cerca de 4 euros, por mês.

A tecnologia já salvou a vida de algumas pessoas. Chinery Hesse cita dois exemplos recentes: "o primeiro foi o de um idoso que teve um acidente vascular cerebral leve. Havia pessoas na sua casa, mas ele estava no andar superior e não tinha força para descer ou gritar. Como tinha o telemóvel ao lado enviou uma mensagem 'Hei Julor'. Uma empresa de segurança ocorreu ao local e levou-o para o hospital. Salvando-lhe a vida. Há também o caso de um homem que se embebedou e começou a bater violentamente na mulher. Ela ligou para 'Hei Julor' e a equipa 'Hei Julor' deteve-o".

Via Sapo